Evelyn Bastos: A Voz da Comunidade e a Coroa da Mangueira no Carnaval Carioca
Aos 32 anos, Evelyn Bastos não é apenas uma rainha de bateria; ela é um verdadeiro ícone do Carnaval Carioca. À frente da bateria da Estação Primeira de Mangueira desde os 19, Evelyn transcendeu o posto para se tornar um símbolo potente de representatividade e resistência feminina na festa mais popular do Brasil. Com uma trajetória que inspira, a sambista verde e rosa levanta debates cruciais sobre o espaço da mulher da comunidade e o impacto da presença de celebridades no cobiçado posto de rainha.
De Menina a Ícone: A Trajetória de uma Rainha com Propósito
Evelyn Bastos fala com orgulho de sua jornada. "Comecei muito nova, com 19 anos, e tudo aconteceu muito rápido. Mesmo assim, tive o reconhecimento da minha escola, que é o mais importante", conta. Criada por mulheres fortes, ela sempre enxergou a figura feminina madura como uma posição de poder. Mas sua influência vai além da Sapucaí: Evelyn atua como presidente da Mangueira do Amanhã, é diretora cultural da LIESA e reitora da Universidade Livre do Carnaval de Maricá, mostrando um engajamento profundo com a cultura do samba.
Para Evelyn, sua essência vem da arte. "Tudo o que conquistei até hoje vem desse lugar. É uma arte que muitas vezes a sociedade considera controversa, mas é a forma que temos de mostrar a potência do corpo e transformar isso em expressão. A rainha de bateria é minha parte mais divertida, é onde me conecto com minha essência", destaca, revelando a paixão que a move.
Legado e Futuro: O Sonho de uma Sucessão Comunitária
Embora não pense em deixar o cargo tão cedo – "Tenho 32 anos, ainda tenho joelho pra gastar junto da bateria que amo (risos)", brinca –, Evelyn já mira o futuro. Ela é a idealizadora do projeto "Semente de Rainhas", que acolhe meninas de 4 a 21 anos, preparando-as para o amanhã do samba. Seu maior sonho é que, quando chegar o momento de passar a coroa, esta seja entregue a uma mulher do Morro da Mangueira, nascida e criada no verde e rosa, que tenha vivenciado os projetos sociais da escola. Um desejo que reforça seu compromisso com as raízes comunitárias do carnaval.
O Debate Aceso: Celebridades X Raízes Comunitárias na Coroa do Samba
Recentemente, Evelyn Bastos provocou uma importante discussão ao criticar a substituição de mulheres da comunidade por celebridades no posto de rainha de bateria. Sua posição, que gerou grande repercussão, não busca excluir, mas sim trazer clareza sobre os papéis. "O carnaval está cada vez mais midiático. E, com isso, cresce a probabilidade de celebridades ocuparem esses lugares de destaque. Só que precisamos lembrar: a coroa pertence a uma mulher do samba, uma mulher legítima da comunidade", afirma.
Para a rainha, o carnaval é para todos, e todas são bem-vindas, mas é crucial entender que a imagem de uma celebridade muitas vezes se beneficia mais da escola de samba do que o contrário. A coroa, segundo Evelyn, não pode virar um produto. Ela é um símbolo de resistência, protagonismo negro e feminino, uma "tecnologia negra" que representa coletividade, política e luta. "Enquanto tiver povo no carnaval, vai ter rainha de bateria de comunidade", conclui, defendendo a preservação da essência da festa.
Preparativos para 2026: A Fantasia que Promete Surpreender
A curiosidade em torno da fantasia de Evelyn para o Carnaval 2026 já é grande. A rainha garante que a expectativa é justificada: "Já está pronta, desenhada e no barracão. Pedi apenas pro Sidnei esperar a final de samba porque fico muito ansiosa nesse período." Com um tema que a agrada muito, ela promete "coisa grande", mantendo o mistério e a empolgação para mais um desfile memorável.
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