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Conheça a sinopse do enredo da Portela

Conheça a sinopse do enredo da Portela
A Portela apresentou na noite de quinta-feira, 11 de abril, aniversário de 101 anos da azul e branco, a sinopse do enredo para o Carnaval 2025. A escola levará Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento, de autoria de André Rodrigues e Antônio Gonzaga, para a Sapucaí Sinopse Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol Uma homenagem a Milton Nascimento “Só quem toma um sonho Como sua forma de viver Pode desvendar o segredo De ser feliz” Seremos felizes, comunidade Tirei meu sapato bicolor do armário, calça vincada, camisa alinhada, anéis e cordão, aquele brinco de águia, tudo está no lugar. Peguei o paletó, branco feito a calça, feito nuvem. Chapéu na cabeça. Não precisam dizer nada, já sabem que voltei. Eu sou a Portela, nós somos a Portela. Já podaram nossos momentos, desviaram nosso destino, nosso sorriso de menino. Mas renova-se a esperança, nova aurora a cada dia. Vamos falar de uma coisa: adivinha onde ela anda? Deve estar dentro do peito de cada brasileiro. Para o cortejo de 2025, voltamos para lhes trazer uma ideia: a de atravessar esse país em uma procissão, uma caravana, uma cruzada, como quiserem; apontados pela Águia, de pé no chão, sandália, o que for, de mãos dadas ou braços abertos cantando e buscando o caminho que vai rumo ao altar do sol, onde nos encanta a voz de Deus. Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão, todo o povo irá onde seu artista está, nos rastros desse canto tão sublime. No caminho contrário dos vibratos do seu som, caminhando contra o vento, seguindo sua origem, os ecos das montanhas das Geraes, a grande riqueza da Minas, respeitando seus 81 anos de estrada, vamos ao encontro de todas as vozes de Milton Nascimento, este que fala a língua do povo como ninguém fala mais. A procissão do samba, a festa do divino carnaval, seguirá disposta a se juntar a tudo que o que vier por esse caminho, todos que estiverem nesta busca. E cantando nada será longe, tudo será tão bom. A cada novo grupo, a cada nova ala, a cada segmento que entrar nesta “festa de reto”, estará carregando em sua voz embargada e repleta de devoção uma música, uma ideia letrada ou um sentimento musicado que embalou a construção do ser brasileiro. Seremos viajantes, menestréis, vendedores de sonhos que espalham esperança transformando sal em mel, juntando todas as andanças, reencontrando o Brasil que ainda segue esse meu poeta que ninguém pode calar. Não há o que me justificar, nunca será tão cedo, ou tão tarde, para lhe homenagear. Sempre é tempo. Cantando me desfaço e não me canso de viver nem de cantar. Bituca, nossa travessia até você começa agora. A Nossa Procissão partiu de Madureira…   1. Erguem-se os estandartes e a bandeira Mil tambores da Portela, despertaram àquele dia Para a travessia, brilho cego de fé e paixão Nada será longe, tudo será tão bom   Levam no corpo o mel do suor, Levam nos olhos a dança da vida, Carregam nas vozes, gratidão e amor Carregam um sonho em cada andor   Deram o primeiro passo Abriram o peito à força numa procura Pediram a seus padroeiros: Proteção Á Águia Altaneira: Direção Dos baluartes receberam a benção E dos seus ancestrais a bravura   Bordaram com a linha a rota de estrelas, vestida das letras e sonhos tão lindos Estampado na alma um verso ou canção Um samba no peito, um girassol na mão   Cantaram, cantaram e cantaram   2. Dobrando as esquinas, teve gente chegando Baquetas rufavam e o povo cantando   Pó, poeira, ventania, Chão de histórias, melodias, procissão. Marias se enfeitam com as flores do dia, O trem corre à margem da peregrinação Mais gente chegando, sanfona, cantoria Ecoam dos trilhos, as trilhas da vida   Vozes embargadas murmuravam no caminho Coisas que ficaram muito tempo por dizer Essa estranha mania de ter fé na vida Reuniu um cortejo que sonhava em ver   O SOL   Um rio de asfalto, barro e gente Visto de cima eram muitos afluentes Não paravam de chegar, de todo lugar O povo abraçado, uma grande corrente   Inventaram um cais, se fizeram de mar Enfeitaram jangadas para continuar   Faziam festa e se faziam carnaval Sentiram os sons, foram contra o vento Tocavam acordes, lembravam momentos Seguiram a voz de Deus, Milton Nascimento   3. A tarde sorria para o cortejo. A ao arrebol, todos reconheciam, a voz solar que ouviam:   “Pra quem quer me seguir, eu quero mais tenho o caminho do que sempre quis”   E continuaram…   Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão Traziam as noites de chuva e as estrelas do sertão Inventavam na sombra a nova cadência, Rompiam fronteiras, caminhos abertos A marcha do povo, da gente que é crente Que é solo e semente, que é canto liberto   As vozes da terra, e o orgulho do lugar Correnteza de gente que não parava de andar Remavam por cima os ava-canoeiros, O canto yanomami se juntava ao cortejo Agora, unidos, venciam o medo   Acordes que afagam a terra, sólida ou não Terra como ideia, território, nação Terra que tem seus desejos guardados: O cio, o parto, enfim, os filhos do chão   Terra-cultura-identidade Essa que os tambores nunca esquecerão Tinha sangue no couro dos que se uniam a procissão Tocavam pros rituais de txai, pros rituais dos irmãos Tocavam pros quilombos, onde a terra é a única opção   E todos cantavam, cada um a sua cantiga Ouvindo de longe o sol trovador Adubavam o solo com raça e vida Das suas raízes: um novo andor   4. Conforme a noite caía, as velas se acendiam E a cantoria esfuziante virou melodia constante O tom de calmaria é também vigilante   Sorrisos se desenhavam no amargo do cansaço Desafiando a escuridão a cada passo Sussurravam harmonias doces de ouvir Gritavam os nomes dos que não estavam ali   O breu esvaziava a esperança no amanhecer Escondia essa gente e tudo o que podiam ser Mas, resistia na boca da noite um gosto de Sol Sonhavam com a alvorada, com a chegada, com o arrebol   E quem voou no pensamento, ficou Choveu e ventou, nenhum estandarte baixou Era a crença que o sol voltaria Viria um tempo brilhante e mais uma vez cantaria: Nada será como antes.   Foi então que aos poucos ele surgiu E do andor dos novos tempos enfim emergiu O sorriso de menino, escondido outrora Na fé de um novo dia, o despertar de nova aurora O calor do astro-rei foi banhando o rosto De cada viajante, de sonho teimoso Que busca justiça e que faz o país O suor já pingava, semblante feliz   Caminharam e viveram com a alma de emoções Agora podiam entoar as letras daquelas canções Aquecidos pelo sol que vem depois do temporal Cantaram semeando um sonho que já era real   5. Era um, era dois, era cem Mil tambores e as vozes do além era aquele mundaréu de gente chegando para ver o Sol em seu trono posando   Já ecoava nos vales das Geraes a felicidade na chegança, não paravam mais Era cantoria para todo lado Os Tambores de Minas soaram   Recebidos com cortejo de Reisado Congadas, maracatus e festa do divino Tambores vibravam para o Sol coroado Toques de candombe, dos negros escravos   Oh Deus, Salve o Oratório Oh Deus, Salve o Oratório Onde o Sol Fez a Morada, oiá, Ecoava em Três Pontas, revelou-se o lugar   Era ponto final, estrada natural A romaria encontrava seu Deus magistral   O Sol   Que Modulava uma linda melodia Como se em seus ouvidos soprasse a voz de Oxalufã E envolvido em seu branco manto Os abraça com axé e encanto Com a doçura serena de toda manhã   O santo preto do altar barroco Recebeu a travessia, abençoou o seu povo Tocaram os sinos para o senhor das estradas o anjo negro da santa semana em sua morada   Portela, com os que te amam, abraçou e sorriu No altar, eis o Sol, e então a vitória Agradeceram ao tempo, receberam a glória Agradeceram a Milton Nascimento, por suas próprias histórias   Fim.   A estrada fez o sonho acontecer É o meu modo de lhes dizer Até a quarta-feira quando o sol retornar Com cantos de alegria no ar   Abram alas…   Autores do enredo: André Rodrigues e Antônio Gonzaga Desenvolvimento e sinopse: André Rodrigues e Antônio Gonzaga Pesquisa e texto de apoio: Beatriz Chaves e Marcelo David Consultoria: Ana Maria Gonçalves, Claudio Henrique Vaz, Danilo Nuha, Jader Moraes, Juliana Joannou, Lola Ferreira, Lorraine Mendes, Luna Sassara, Nathalia Bezerra, Pedro Alvarenga, Rafael Galante e Renato Lemos Leia também: Viradouro apresenta enredo para a disputa do Carnaval 2025 Estácio promove feijoada com a presença da Viradouro e da Unidos de Padre Miguel Filhos de Gandhi é o enredo da Colorado do Brás Tópicos

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