Fim do carro de som na Sapucaí: entenda a mudança para 2026

Adeus ao Carro de Som: A Sapucaí se prepara para uma revolução sonora!
Preparem-se, foliões! A Marquês de Sapucaí está prestes a passar por uma das suas maiores transformações em décadas. A partir do Carnaval de 2026, o tradicional carro de som, que por tanto tempo guiou o canto e a batucada das escolas, será aposentado. A decisão, anunciada pelo presidente da Liesa, Gabriel David, promete uma nova dinâmica para intérpretes, mestres de bateria e, claro, para o público que acompanha de perto a maior festa do planeta.
A ideia é que, em vez do imponente veículo, intérpretes e equipes de harmonia passem a receber o retorno do áudio por fones de ouvido e/ou caixas de som estrategicamente posicionadas. Ou seja, mais liberdade de movimento e uma experiência sonora potencialmente mais imersiva para todos os envolvidos. Mas, como toda grande mudança, essa novidade já gera surpresa, entusiasmo e, claro, algumas preocupações entre os protagonistas do espetáculo.
Entre o Entusiasmo e a Cautela: A Repercussão da Notícia
A notícia pegou muita gente de surpresa, como confessou Pixulé, intérprete do Tuiuti: "Quero ver, na prática, como é que vai ser… Está sendo uma baita surpresa para mim". A maioria dos mestres e cantores do Grupo Especial ainda não teve contato direto com a tecnologia, aguardando ansiosamente os próximos testes. Pitty de Menezes, da Imperatriz, resumiu bem o sentimento: "É muito difícil emitir uma opinião sobre algo que você não experimentou. Não tem como dizer que o chocolate é amargo ou não é amargo se a gente não experimenta. Se for bom, a gente vai ficar muito feliz. Só vai engrandecer o carnaval".
A Beija-Flor de Nilópolis, atual campeã, foi a pioneira nos testes. A experiência na Sapucaí contou com a participação da bateria "Soberana" e da nova dupla de intérpretes da escola, Nino e Jéssica. E a recepção deles foi pra lá de positiva! "É maravilhoso! O carnaval precisa de inovação", resumiu Nino. Jéssica, sua parceira de microfone, destacou o potencial de interação ampliada com o público, já que o carro de som limitava a visão dos artistas a apenas um lado da avenida, e a mudança permitirá essa interação com ambos os lados.
Os Benefícios da Mudança: Mais Liberdade e Imersão
Para os entusiastas, a ausência do carro de som representa um avanço significativo para a performance e a qualidade do espetáculo. Veja os pontos positivos destacados:
- Liberdade de Movimento: Para Mestre Fafá, da Grande Rio, o novo formato vai "deixar cantor e harmonias bem livres para se locomover", permitindo uma performance mais dinâmica e criativa.
- Menos Estresse e Aglomeração: Nino, da Beija-Flor, apontou que "o carro dava uma certa aglomeração e estresse por causa do som", problemas que seriam eliminados com a nova logística.
- Melhor Retorno de Áudio: Jéssica, que já canta com fone, acredita que "vai ser um retorno bem melhor para a gente", garantindo que os intérpretes ouçam com clareza a melodia e a bateria.
- Inovação e Amplitude: A mudança é vista como um passo à frente para o espetáculo, permitindo uma interação mais dinâmica com a plateia e uma performance mais fluida, que pode explorar toda a extensão da avenida.
Os Desafios e as Preocupações: Ajustes Necessários
Apesar do entusiasmo, a transição para o novo modelo levanta algumas questões importantes e desafios práticos. A principal delas é a adaptação e o retorno do som, especialmente para a bateria. Mestre Ciça reforça que o sucesso do novo sistema depende de um retorno eficiente para os ritmistas, garantindo que eles mantenham a sincronia perfeita. Além disso, a preocupação com a conexão com o público é real. Pixulé, por exemplo, expressou seu receio de perder a interação com o som da arquibancada ao usar fones, já que ele se considera "um cara do povo" e gosta de sentir a energia vinda das arquibancadas.
Outro ponto levantado por Gustavo Oliveira, mestre da Furiosa do Salgueiro, é a falta de experiência de muitos ritmistas com fones de ouvido, o que pode gerar desconforto e até atrapalhar a questão rítmica da bateria. A posição da ala musical também é um debate. Enquanto alguns veem a liberdade, outros, como Pixulé, defendem que a ala musical deve vir sempre atrás da bateria, que é quem "vai conduzir a gente", mantendo a formação tradicional que já se provou eficaz. Mestre Casagrande e Mestre Fafá defendem a realização de mais testes com a participação de todos os envolvidos para que a adaptação seja a mais suave possível.
O Caminho até 2026: Testes e Adaptações
Com a mudança já confirmada para 2026, a palavra de ordem agora é preparação. A Liesa planeja uma série de reuniões e, principalmente, muitos testes práticos. A previsão é que os primeiros ensaios com o novo formato aconteçam já no último fim de semana de novembro, durante as celebrações do Dia Nacional do Samba, na Cidade do Samba. Além disso, os tradicionais ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí, com dois treinos por escola, serão cruciais para que todos se adaptem e aprimorem a nova dinâmica.
A expectativa é que, com a colaboração de mestres de bateria, intérpretes e diretores musicais de todas as escolas do Grupo Especial, a Sapucaí continue a ser o palco de um espetáculo grandioso, agora com uma roupagem sonora inovadora e ainda mais envolvente. O futuro do som no Carnaval carioca está sendo escrito, e a promessa é de uma folia ainda mais vibrante e conectada!