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Selminha Sorriso representa o Brasil em homenagem a Solomon Northup nos EUA

Selminha Sorriso representa o Brasil em homenagem a Solomon Northup nos EUA

Selminha Sorriso Leva o Samba e a Luta Antirracista para Boston!

A icônica porta-bandeira da Beija-Flor de Nilópolis e presidente da escola mirim Sonho do Beija-Flor, Selminha Sorriso, brilhou em Boston, nos Estados Unidos, representando o Brasil em um evento de profunda relevância cultural e social. Ela participou da inauguração da exposição "Esperança que Saiu da Escuridão", um tributo emocionante a Solomon Northup, autor do clássico "Doze Anos de Escravidão" e um símbolo eterno da luta pela liberdade.

Um Marco Histórico em Solo Americano

A exposição celebra a primeira escultura de bronze dedicada a Solomon Northup, um passo significativo na preservação da memória e reconhecimento de sua história. Selminha Sorriso teve a honra de ser a figura central da cerimônia, realizada na Rose Kennedy Greenway, onde colocou a tocha simbólica nas mãos da escultura. Um gesto poderoso que ecoa esperança e resistência, conectando a ancestralidade africana à luta contemporânea por justiça social.

Parcerias de Peso e Vozes da Resistência

O convite para Selminha partiu de uma colaboração entre a Sociedade Carnavalística de Boston, presidida por Johann Corrêa, e o Centro Indígena Norte-Americano (NAICOB), liderado pelo professor Jean-Luc Pierite, do renomado MIT. A escolha de Selminha reflete seu papel como educadora antirracista, pós-graduanda em História e Cultura Afro-Brasileira e uma das maiores referências do Carnaval carioca, personificando a cultura afrodescendente e a resistência.

Ao seu lado, esteve Stefany Lucca, rainha do Carnaval de Mobile, Alabama, que também carrega uma história de ancestralidade, sendo descendente dos africanos trazidos no Clotilda, o último navio negreiro a chegar ilegalmente aos Estados Unidos. Juntas, elas representaram a força e a resiliência de suas comunidades.

A obra, criada pelo talentoso artista Wesley Wofford, estará em exibição no Boston Harbor Islands Welcome Center até 10 de dezembro, oferecendo ao público uma oportunidade de reflexão e aprendizado sobre a história da escravidão e a busca incessante pela liberdade.

Além da Homenagem: Educação e Reflexão

A agenda de Selminha em Boston não se limitou à inauguração. Ela participou de uma aula sobre tecnologia e reforma urbanística, ministrada pelo professor Jean-Luc Pierite. Durante a sessão, Selminha compartilhou valiosos insights sobre a formação das comunidades nos morros do Rio de Janeiro e o impacto das reformas urbanísticas de Pereira Passos (1902–1906), que resultaram na expulsão de populações pobres do centro da cidade para as periferias. Essa discussão sublinhou a interconexão entre história, urbanismo e as realidades sociais enfrentadas por comunidades marginalizadas, mostrando como as questões urbanas e raciais se entrelaçam.

Em suas palavras, a porta-bandeira expressou a profundidade da experiência e a mensagem que buscou transmitir:

  • "Foi emocionante representar o Brasil em um momento tão simbólico."
  • "Falei sobre a história das nossas comunidades e sobre a importância de políticas públicas que garantam água potável, saneamento e moradia digna."
  • "É um orgulho poder mostrar como o samba, a educação e a cultura popular também são formas de resistência e esperança."

Sua presença em Boston transcendeu a mera representação cultural, levando a voz da cultura brasileira e da luta antirracista para um palco internacional de grande prestígio, dedicado à memória, à arte e à justiça social. Selminha Sorriso reforçou o papel vital do Carnaval como uma expressão viva da ancestralidade, da identidade e da educação, provando que a folia tem um poder transformador que ecoa muito além das fronteiras da Marquês de Sapucaí e inspira a busca por um mundo mais justo.

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